quarta-feira, 22 de abril de 2015

DISCIPLINE

Lembro-me que, quando criança, eu gostava muito de jogar video game, desses que funcionavam com fichas nos comércios de bairros. Sempre que meu pai chegava do trabalho, eu pedia dele uma moeda para comprar uma ficha e ir jogar. Eu era tão obsecado por tipo de brinquedo que, as vezes, pegava moedas dele sem pedir. Meu vício tornou-se tão forte, que, certa vez cheguei a roubar dinheiro de um homem que havia deixado sua calça sobre a janela de uma igreja, enquanto trabalhava na construção dela. Eu já estava ficando “profissional”. Até que um dia minha mãe descobriu. Ela me deu uma surra, me colocou de joelhos durante horas próximo dela, enquanto ela costurava. Foi muito doloroso pra mim, e se fosse hoje, ela provavelmente seria processada pela “lei da palmada”. Mas graças a Deus que ela fez isso! Pude crescer, estudar, trabalhar e me tornar numa pessoa de bem. As vezes fico pensando que, se ela tivesse me deixado fazer o que quisesse, teria acontecido algo parecido com a história abaixo.
 
Conta-se que, certa vez, um menino roubou uma laranja de uma barraca de frutas. A mãe quando soube não disse nada e consumiu com ele aquela fruta. Ele continuou repetindo aquela ação sem receber nenhuma correção de sua mãe. Assim, diariamente ele voltava pra casa com frutas ainda maiores.  Ele cresceu e tornou-se um homem. E junto com ele, também foi crescendo a gravidade de seus delitos, tornando-se num habilidoso ladrão de bancos. Até que um dia, ele foi preso e condenado a morte na cadeira elétrica. Já sentado, foi lhe dado o direito de fazer um último pedido. Ele pede para ver sua mãe. Ela é levada até a sala de execução. Ao chegar lá, ele olha em seus olhos e diz: “Mamãe, eu nem posso tocá-la. Chega mais perto pra eu lhe dar um beijo.” Então ela aproxima dele, e usando o único movimento que dispunha, o filho morde o nariz da mãe e o arranca-o. Todos se desesperam. Ele cospe no chão a mistura de carne com sangue e esbraveja: “A culpa é sua! Você não fez nada no dia em que roubei aquela laranja!”
 
Miguel de Cervantes disse: “A punição cabe ao juiz, a repreensão, a todos.” Assim, não permita a si mesmo e nem a ninguém a viver sem disciplina e tornar-se uma ameaça a sociedade. Nem mesmo os fios de nossos cabelos vivem sem limites e é por isso eles são aparados de vez em quando. Felicidade  é harmonia, e harmonia exige obediência a princípios.
 
“A criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe”. (Prov. 29:15)

📖 Livro A Harpa de 1000 Cordas