segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PONHA EM PRATICA SUAS IDEIAS E FAÇA O SEU MELHOR

Simon Sinek tem uma excelente palestra na plataforma TED no qual ele fala sobre “O Círculo de Ouro”, um alvo imaginário formado por três anéis concêntricos, que podem explicar a essência das grandes realizações. No anel central está o “porquê”, no anel intermediário está o “como” e no anel exterior está “o quê”. Conforme ele explica, todas as empresas ou pessoas medianas sabem “o quê” fazem (produto ou serviço) e “como” fazem (processos, procedimentos ou fluxos de trabalho). Mas poucos realmente entendem porquê fazem. Aqueles que sabem o “porquê” realizam determinada tarefa operam de dentro para fora e alcançam o sucesso porquê suas ações estão centradas no núcleo, no coração, no cerne de sua missão. Por exemplo, se você está trabalhando simplesmente porque precisa de seu emprego, então você fará o básico em troca de dinheiro. Mas se você trabalha por aquilo que acredita (sabe o “porquê”), você o fará dando todo o seu sangue, suor e lágrimas.
Sinek demonstra esse princípio usando o exemplo dos irmãos Wright. A corrida pela invenção do avião estava a todo vapor na virada do século XX. Várias pessoas haviam conseguido resultados próximos do ideal e, pela primeira vez, o mundo acreditava que era possível o homem voar. Orville e Wilbur Wright queriam realizar esse sonho. Em seus corações, sabiam que isso era possível. Não tinham dinheiro, nem quem financiasse seus projetos, nem mesmo uma educação superior, mas estavam motivados pela paixão de voar. Eles tinham um “porquê” e estavam determinados a transformar o “porquê” em um “o quê” — o primeiro avião construído pelo homem. Eles não se deixaram abater por fracassos ou frustrações, mesmo sabendo que poderiam colidir pelo menos cinco vezes antes do fim do dia, motivo pelo qual levavam consigo cinco kits de peças para reposição. Depois de inúmeras tentativas, no dia 17 de dezembro de 1903, o planador motorizado dos irmãos Wright decolou e aterrissou com sucesso pela primeira vez, num voo de 36 metros de extensão, que durou 12 segundos.
Até aquele momento, Samuel Pierpont Langley, era considerado a pessoa com a maior probabilidade de descobrir o mecanismo que permitiria o voo tripulado. O governo havia lhe dado uma verba de 50 mil dólares. Além disso, ele era professor em Harvard, trabalhava no Museu Smithsonian e interagia diariamente com os melhores cérebros do país. O The New York Times o seguia por toda parte e escrevia vários artigos a seu respeito. O mundo todo esperava que Langley fizesse o primeiro avião decolar. O problema era que ele, na realidade, não tinha paixão ou vocação para tal. Ele não tinha o “porquê”. As melhores mentes, a maior quantidade de dinheiro e todas as outras razões para vencer não conseguiram fazer dele um vencedor, porque não tinha paixão. Ele queria simplesmente enriquecer e pensou que conseguiria alcançar seu objetivo voando. Além de não ter conseguido vencer, Langley acabou se tornando um mau perdedor. Prova disso é que ele interrompeu todas as suas pesquisas e parou de se importar com a aviação tão logo os irmãos Wright apresentaram seu protótipo. Se ele tivesse paixão por voar, poderia ter reunido o seu talento, todo o dinheiro e as melhores mentes e aprimorado o sucesso dos irmãos Wright, ou até mesmo aplaudido o sucesso da dupla. Mas em vez disso, ele simplesmente desistiu, abandonou o projeto e voltou para casa. Tudo isso porque só estava no negócio pelo dinheiro e não tinha qualquer paixão pelo que fazia. Ele não tinha um “porquê”, tinha somente “o quê”. É por isso que quase ninguém sabe ao seu respeito.
Apesar da mídia americana dar todos os créditos aos irmãos Wright, foi o brasileiro Santos-Dumont quem recebeu o reconhecimento oficial como patrono da aviação mundial. Ele realizou o vôo com o 14-Bis, em 23 de outubro de 1906, a milhares de pessoas presentes no campo de Campo de Bagatelle, em Paris. Ele foi premiado e consagrado como o primeiro homem que alcançou vôo com uma máquina controlada mais pesada que o ar. Somente dois anos depois, em 1908, que os irmãos Wright apresentaram ofialmente sua invenção (que diziam ser uma réplica do avião inventado em 1903). Eles voaram 124 quilômetros e estabelecem um recorde esmagador. Apesar do desempenho no ar, o modelo ainda usava a catapulta e trilhos para sair do chão, diferente do 14-Bis, que não precisava desses dispositivos. Em 1910 foram inaugurados um marco de granito no Campo de Bagatelle e outro em 1913 na Praça Santos-Dumont. No primeiro está escrito: "Aqui, em 12 de novembro de 1906, sob o controle do Aeroclube da França, Santos-Dumont estabeleceu os primeiros recordes de aviação do mundo." E, no segundo (se referindo também ao vôo de balão): "Este monumento foi erigido pelo Aeroclube da França para comemorar as experiências de Santos-Dumont, pioneiro na locomoção aérea. 19 de outubro de 1901 e 23 de outubro de 1906."
Da história acima podemos obter as seguintes lições:
1 - Em seu livro “Life Tide”, publicado em 1979, o biólogo Lyall Watson conta o que aconteceu numa tribo de macacos, numa ilha perto do Japão, depois que um novo alimento, batatas-doces, cobertas de areia e recentemente desenterradas, foi introduzido em seu meio. Uma vez que os outros alimentos não requeriam preparo, os macacos estavam relutantes em comer as batatas sujas. Foi então que um macaco resolveu o problema, lavando as batatas num riacho e ensinando a mãe e os companheiros a fazerem o mesmo. Então, algo aconteceu. Uma vez que cerca de cem macacos adquiriram esse conhecimento, outros que não tinham contato com eles, mesmo aqueles que viviam em outras ilhas, começaram a fazer a mesma coisa. Não havia meio físico pelo qual pudessem ter sido influenciados pelos primeiros macacos. Mas, de alguma forma, o comportamento espalhou-se. Incrivelmente esse tipo de situação acontece frequentemente com seres humanos. Há numerosos casos onde indivíduos, sem maneira de entrarem em contato com outros, agem de notável acordo. Um físico tem uma idéia e, simultaneamente, três físicos em outros lugares têm a mesma idéia. Um inventor cria algo, e em pouco tempo, outro apresenta algo melhor. Foi assim que aconteceu aos irmãos Wright, Langley, Santos-Dumont e outros. Muitos cientistas proeminentes e pesquisadores do cérebro, tais como o físico David Bohn e o biólogo Rupert Sheldrake, acreditam na existência de uma consciência coletiva. Tudo indica que, quando acreditamos, focamos e agimos em função dos nossos “porquês”, encontramos um caminho para mergulhar nesse universo.
2 - Nossos corpos, nossos cérebros e nossos estados são como um instrumento de muitas cordas. Assim como uma corda pode fazer outra vibrar sem contato físico, é possível que entremos em ressonância com essa consciência coletiva para capturar ou compartilhar informações. Isso significa que, sempre que você tiver uma idéia, coloque-a em prática o mais breve possível, pois alguém, em algum lugar, poderá está tendo essa mesma idéia. 
3 – Assim como os irmãos Wright e Santos-Dumont, tenha um “porquê” em seu coração, pois só assim você trabalhará com paixão. Segundo o pesquisador Mark Albion, autor do livro “Making a Life, Making a Living”, um estudo feito com 1.500 profissionais, revelou que as pessoas que trabalham com aquilo que amam possuem 50 vezes mais probabilidade de se tornarem milionárias do que aquelas que trabalham apenas por dinheiro.
4 – “Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.” – Ayrton Senna
“…Ele buscou o seu Deus e trabalhou de todo o coração; e por isso prosperou.” (II Crônicas 31:21)
 Harpa de 1000 Cordas