segunda-feira, 5 de outubro de 2015

DEIXE O REI SER REI

No filme Anna e o Rei (Anna and the King), produção de 1999, direção de Andy Tennant, com Jodie Foster no papel de Anna Leonowens, uma viúva inglesa que, em 1862, vai trabalhar como professora dos filhos do rei Mongkut, em Bangkok, capital do Sião. O rei acaba se encantando com a formosura da professora, apesar de ela ter um temperamento forte e, às vezes, autoritário. Ambos mantêm um relacionamento comedido que evolui para uma amizade sincera e verdadeira. No meio da trama, Tuptim, uma das concumbinas do rei, apaixona-se por um plebeu. Descoberta a traição, seria necessário aplicar a lei: pena de morte. O tribunal condena o casal. Somente o rei poderia aplicar o indulto real. Neste momento, Anna diz ao rei publicamente que ele deveria inocentar a moça, e apresenta vários motivos para isso. Praticamente Anna intima o rei a tomar esta atitude. Resultado: o rei ordena que se cumpra a execução. O casal é morto, conforme a determinação do tribunal. Inconformada, Anna vai reclamar com o rei, que lhe diz:

“Eu já havia decidido livrá-los da morte. Tinha autoridade para isso, até você me dizer o que fazer. A partir daquele momento, se eu livrasse o casal, estaria obedecendo a você e o reino ficaria sem rei. Anna: deixe o rei ser rei”.

As pessoas não gostam de ser mandadas. Assim, evite de dizer a elas o que fazer. Fale de modo que elas mesmas decidam que atitude devem tomar. Permita que cada uma tenha a sensação de ter suas escolhas. Essa é a essência da verdadeira liderança. O único que tem poder sobre a vida humana é Deus e, mesmo assim, Ele não força ninguém a fezer seus desejos. Deixe o rei ser rei.

"Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. " (Zacarias 4:6)

Livro A Harpa de 1000 Cordas

LEVE OUTROS AO TOPO COM VOCÊ

Maurice Wilson, nascido em 1898, era um inglês idealista, que dizia que escalar os 8.848 metros do Everest seria uma ótima forma de divulgar sua crença de que os males da humanidade poderiam ser curados através do jejum e da fé em Deus. Mesmo sem saber nada sobre aviação e alpinismo, Wilson comprou um pequeno avião e aprendeu a pilotar. Depois, passou 5 semanas caminhando nas colinas da Inglaterra aprendendo o que ele achava que precisava saber sobre alpinismo. E então, em 1933, decolou rumo ao Everest via Cairo, Teerã e Índia. Por não ter conseguido permissão para sobrevoar o território nepalês, vendeu o avião e foi por terra até Darjeeling, onde soube que não tinha permissão para entrar no Tibete. Mas isso não o desanimou. Ele contratou 3 sherpas, disfarçou-se de monge budista e, desafiando as autoridades do Império Britânico, caminhou escondido por quase 500 Km entre florestas e planícies tibetanas até chegar ao Everest. Subindo pelo gelo sobre as rochas, começou bem, mas, quando se deu conta das reais dificuldades, passou a se perder com freqüência. Apesar da exaustão e frustração, ele estava determinado a persistir! Cerca de um mês depois, ele conseguiu chegar a 6.400 metros e encontrou um suprimento de comida e equipamentos deixados por membros de uma expedição fracassada anterior. Depois, ele subiu até chegar a 6.919 metros, onde havia um penhasco vertical de gelo que o impedia de prosseguir, assim ele foi forçado a recuar. No entanto, nada havia que pudesse fazê-lo desistir. Ele escreveu em seu diário: "Esta será a última tentativa e me sinto com sorte". Deu um tempo e rumou para o topo. Um ano depois, uma expedição achou seu corpo congelado sobre a neve, a 7.500 metros. Maurice Wilson, apesar de sua incomparável determinação e devoção, morreu congelado em 1934.

A história de Wilson mostra que a fé e persistência podem levar uma pessoa sozinha a chegar muito longe. No entanto, para se chegar ao topo e se manter lá, é preciso levar outras pessoas consigo. Desde 1920 centenas de alpinistas tentaram escalar o Monte Everest. Por volta de 120 pessoas morreram nessa tentativa e nem perto chegaram do topo. Seus corpos estão sepultados no gelo em algum lugar. O principal motivo é que tentaram sozinhos ou com uma equipe pequena demais para realizar aquela proeza. Não calcularam direito a dimensão do desafio e a necessária cooperação. Finalmente, em maio de 1953 a montanha foi conquistada. Para isso mais de 300 pessoas foram contratadas somente para carregar por 280 km através das encostas da cordilheira do Himalaia o mantimento e equipamentos necessários. Tudo isso deveria ser entregue em Katmandu. Com todo material lá, dois homens abriam caminho apontando as melhores trilhas. Outra equipe de 40 homens deveria carregar o peso de 2,5 toneladas até a primeira base. Outro grupo com 12 os substituiria levando 300 Kg em fardos de 10 Kg montanha acima. Finalmente 8 homens subiram até a próxima etapa e dois alpinistas experientes tentariam chegar ao cume do Everest. Fracassaram e retornaram exaustos mas compartilharam as dificuldades encontradas e orientaram a última dupla no que deveriam evitar. Foi assim que o Neozelandês Edmund Hillary e o Sherpa Tenzing Norgay conseguiram chegar ao topo da montanha, mas só conseguiram por causa de um imenso de trabalho em equipe. Como diria John Maxwell: “Para gerar o sucesso, é necessária a participação de muita gente.”

Em 2003 um alpinista encontrou uma tenda antiga a 8.500 metros que possivelmente tenha pertencido a Maurice Wilson. Talvez ele tenha chegado ao topo, mas ninguém realmente sabe se ele conseguiu. Assim, enquanto você estiver subindo rumo as suas conquistas, jamais esqueça: “Quem vai sozinho, vai mais rápido. Quem vai junto, vai mais longe. Quem se mantém acompanhado, mais tempo em cima permanecerá. E se descer, terá com quem compartilhar suas experiências, será sempre lembrado e encontrará apoio para uma nova tentativa.”

“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” (Eclesiastes 4:9-12)
Harpa de 1000 Cordas