terça-feira, 22 de setembro de 2015

SEJA UMA ESTRELA NA VIDA DE SEUS AMIGOS

Sir Isaac Newton descobriu as leis da gravidade por volta de 1600. As leis que ele introduziu no mundo científico revolucionaram os estudos astronômicos. Mas, se não fosse Edmund Halley, poucas pessoas teriam ouvido falar das leis de Newton. Halley ouviu as ideias de Newton, desafiou suas suposições, corrigiu seus cálculos matemáticos quando estavam errados e até traçou diagramas geométricos para sustentar o trabalho de Newton. Quando Newton se mostrou indeciso para publicar suas ideias, Halley, primeiro, convenceu-o a escrever o manuscrito, depois o editou e supervisionou sua publicação. Halley até financiou a impressão do trabalho, mesmo tendo menos recursos financeiros que Newton. O trabalho final, “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, fez de Newton um dos pensadores mais respeitados na história e garantiu seu ingresso na Sociedade Real. Para Halley, era mais importante ver as ideias de Newton compartilhadas do que receber reconhecimento pessoal por ajudá-lo. Ele sabia o quanto aquelas ideias eram importantes e queria ajuda-lo a expô-las ao mundo. Mas Halley tinha seu próprio brilho. Por volta de 1682, ele observou que as características de um determinado cometa eram praticamente as mesmas que as de outros dois cometas que haviam aparecido anteriormente em 1531 (observado por Petrus Apianus) e 1607 (observado por Johannes Kepler). Halley concluiu que todos os três cometas eram na realidade o mesmo objeto que voltava de 76 em 76 anos. Depois de entender esse fato, Halley previu o seu regresso em 1758. De lá pra cá o cometa apareceu três vezes. A última vez em que foi visto foi em julho de 1985. Sua próxima aparição será em 28 de julho de 2061. Edmund Halley, apesar de ter tido seu nome dado a um cometa, foi uma verdadeira estrela!

Na vida, há “amigos-cometas” e “amigos-estrelas”. Você sabe a diferença?  O poema escrito por Reinilson Câmara explica isso:

“Há pessoas estrelas; Há pessoas cometas. Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam. As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem. Há muita gente cometa. Passam pela vida da gente apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos. Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Há muita gente cometa. Assim são muitos e muitos artistas. Brilham apenas por instantes nos palcos da vida. E com a mesma rapidez com que aparecem, também desaparecem. Assim são muitos reis e rainhas de todos os tipos. Reis de nações, rainhas de clubes ou concurso de beleza. Assim rapazes e moças que se enamoram e se deixam com a maior facilidade. Assim são pessoas que vivem numa mesma família e que passam pelo outro sem serem presença. Importante é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamorar-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros. E muitos são cometas por um momento. Passam, a gente bate palma e desaparecem. Ser cometa é não ser amigo. É ser companheiro por instantes. É explorar sentimentos. É ser aproveitador das pessoas e das situações. É fazer acreditar e desacreditar ao mesmo tempo. A solidão de muitas pessoas é consequência de que não podem contar com ninguém. A solidão é resultado de uma vida cometa. Ninguém fica. Todos passam. E a gente também passa pelos outros. Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder vê-las e senti-las. Todos os dias poder contar com elas. Todos os dias ver sua luz e calor. Assim são os amigos. Estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são uma presença. São aragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos escuros. São pão nos momentos de fraqueza. São segurança nos momentos de desânimo. Olhando os cometas é bom não sentir-se como eles. Nem desejar prender-se em sua cauda. Olhando os cometas é bom sentir-se estrela. Marcar presença. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações. Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas existido.”

Dos fatos acima podemos aprender três grandes lições:

1 – Na cosmologia, a luz de uma estrela, mesmo depois de sua morte, permanece visível durante séculos no espaço sideral.  Halley, apesar de ter tido seu nome dado a um cometa, foi uma verdadeira estrela na vida de Newton. Da mesma forma, você também pode ser uma estrela na vida das pessoas. Amigos que são estrelas, de fato, nunca morrem, pois permanecem para sempre no coração daqueles que os amam.

2 – Não seja “amigo-cometa”, que, depois de muito tempo ausente, aparece só para pedir ajuda. Pessoas com esse comportamento acabam ganhando a antipatia dos outros. Seja diferente. Valorize seus amigos. Não marque presença para pedir algo, mas faça algo para marcar presença.

3 – John Maxwell explica em seu livro como ele, sendo uma pessoa extremamente ocupada, faz para conquistar e conservar suas amizades:  “Gosto de conversar sobre liderança com bons líderes o tempo todo. Na verdade, faço questão de marcar um almoço para aprender com alguém que admiro, pelo menos, seis vezes por ano... E daí que virá meu crescimento.”

“Não abandone o seu amigo nem o amigo de seu pai... melhor é o vizinho próximo do que o irmão distante”. (Provérbios 27:9-10)
Livro A Harpa de 1000 Cordas