Laurence Jones nasceu de uma família de educadores. Depois de se formar na Universidade de Lowa, EUA, em 1908, ele recusou uma oferta para ensinar num prestigiado Instituto de educação para lecionar numa pequena escola para crianças afro-americanas. Quando soube que havia uma taxa de 80% de analfabetismo naquela região ele descobriu sua missão pessoal. Em 1909, montou uma escola com apenas 2 dólares e 3 alunos, mas um ex-escravo lhe doou um terreno de 40 acres (160.000 m2) e um galpão abandonado com ovelhas. Depois de se casar, ele construiu uma escola ainda maior para acomodar um grande número de estudantes interessados. Um proprietário de uma serraria local doou madeira e dezenas de outras doações começaram a chegar, incluindo gados, terras e dinheiro. Certa vez Laurence Jones fora acusado de incitar revoltas entre os negros. O mal entendido aconteceu porque um grupo de brancos do lado de fora da igreja em que ele pregava ouvira ele exclamar ante a sua congregação: "A vida é uma batalha na qual cada negro deve tomar da sua armadura e lutar para sobreviver e triunfar". No entendimento deles, Laurence estava motivando uma revolução. Então, noite adentro, jovens brancos recrutaram uma multidão, entraram na igreja, puseram uma corda em torno do pescoço de Laurence, arrastaram-no por quase dois quilômetros pela estrada, colocaram-no em cima de um monte de lenha. Quando estavam prestes a enforcá-lo e com fósforos acesos para acender o fogo e queimá-lo vivo, alguém gritou para que ele fizesse seu último discurso. Então, de pé sobre o monte de lenha, com uma corda em torno do pescoço, falou àqueles homens furiosos da luta que travara para educar rapazes e moças analfabetos, a fim de que se tornassem bons agricultores, mecânicos, cozinheiros, donas-de-casa. Falou bem de homens brancos que o haviam auxiliado, doando-lhe madeira, terras, gados e dinheiro para construção de sua escola. Quando perguntaram se ele não odiava os homens que o arrastaram pela estrada para enforcá-lo, respondeu:
"Não tenho tempo para brigas nem para lamentações, nenhum homem pode me obrigar a descer tanto, aponto de odiá-lo".
Enquanto Laurence Jones falava, com sincera e comovente eloquência, a multidão começou a se acalmar. Um veterano confederado que se achava entre a multidão, disse: "Penso que o rapaz está dizendo a verdade. Conheço os brancos cujos nomes ele citou. Ele vem realizando um belo trabalho. Cometemos um erro. Em lugar de enforcá-lo, devemos auxiliá-lo". E então o homem passou o chapéu em meio da multidão e arrecadou 52,4 dólares dos próprios homens que haviam se reunido para enforca-lo.
Abraham Lincoln, que era odiado por muitos adversários, acreditava que herdamos as mesmas características físicas, mentais e emocionais que os nossos inimigos herdaram e, se a vida houvesse feito conosco o que fez com eles, talvez agíssemos exatamente como eles agem.
Dos fatos acima podemos tirar 3 grandes lições:
1 – Ganha mais na vida (tanto financeiramente quanto em benefícios pessoais) aquele que consegue transformar inimigos em amigos.
2 – Em 80% dos casos das pessoas que falam mal de você elas gostariam de está no seu lugar e ser igual a você. Em até 20% elas tem alguma razão. Preste atenção no que elas dizem. Certas verdades nossos amigos não tem coragem de nos dizer – como nos chamar de gordo(a), mal educado(a), burro(a), preguiçoso(a), promíscuo(a), etc – mas nossos inimigos falam mesmo! E se existe verdade nisso, certamente sera útil para nos tirar da zona de conforto e nos fazer buscar aperfeiçoamento. Pense como Laurence Jones: "Não tenho tempo para brigas nem para lamentações, nenhum homem pode me obrigar a descer tanto, aponto de odiá-lo".
3 – Seus inimigos vêem seus defeitos. Seus amigos, suas qualidades. Mas você, a partir disso, pode ver os dois.
“Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus”. (Lucas 6:35)
📖 Livro A Harpa de 1000 Cordas
