domingo, 23 de agosto de 2015

CONQUISTE AS PESSOAS

Um menino nasceu em 100 a.C. por meio de uma cesária. Por isso ele recebeu um nome que lembra esse tipo de parto. Ele foi educado numa família aristocrata que não era rica para os padrões de sua época. Seu pai faleceu quando ele tinha 15 anos de idade. Percebendo o jogo de poder de Roma, ele decidiu cultivar amizades e a zelar pela boa imagem de si próprio. Aos 18 anos de idade ele fez um casamento vantajoso com uma jovem de 13, filha de um conhecido cônsul da cidade. Mas, aos 20 anos de idade, passou por uma situação muito difícil: havia uma guerra civil interna e jogos de interesses familiares. Por causa disso, um ditador romano ordenou que ele se divorciasse, mas ele desobedeceu e fugiu. O ditador ficou furioso, mas decidiu poupar a vida do jovem, mandando-o para o exército. O que era para ser uma punição tornou-se uma oportunidade para demonstrar sua bravura em combate e capacidade de liderança, conseguindo ganhar o posto de assessor militar. Depois da morte do ditador, ele regressou a Roma, iniciou a carreira como advogado no Fórum Romano e tornou-se conhecido pela sua brilhante oratória. Seu principal objetivo era combater políticos corruptos e culpados de extorsão. Ele passou por vários cargos públicos até tornar-se governador da Espanha, que na época era uma província romana. Para chegar ainda mais longe fez aliança com um homem muito rico chamado Crasso e com outro muito popular chamado Pompeu. Esta união foi denominada de triunvirato, ou o governo dos 3 homens. Mais tarde ele foi eleito cônsul. Quando encerrou seu mandato, o senado concedeu-lhe o governo da Gália Romana, uma província distante e ameaçada por povos bárbaros. Ali ele derrotou inimigos germanos muito mais numerosos, venceu Belgas, castigou Bretões, impondo-lhes o jugo romano. Em 8 anos pacificou toda a região. Com a glória alcançada, igualou-se em feitos militares a Pompeu, impressionando a aristocracia romana. Tempos depois, seu aliado Crasso foi morto em batalha, dando fim ao triunvirato. O senado nomeia Pompeu como cônsul único. Nessa situação ele é chamado de volta da Gália, mas quando estava prestes por retornar a Roma, descobre que o senado havia sido corrompido por Pompeu e armado contra ele, acusando-o de vários escândalos. Ele declara guerra contra o senado. As tropas enviadas de Roma para lutar contra ele acabaram se unindo a ele. Agora com o exército ainda maior, ele avançou sobre o senado. Pompeu tentou fugir para Grécia e depois para o Egito, a fim de obter apoio do Ptolomeu, o Faraó, mas foi decapitado a mando do próprio rei egípcio a quem pedira ajuda. Na realidade Ptolomeu também tinha um passado negro: ele havia destronado sua irmã, Cleópatra, contrariando a determinação de seu pai, que ordenara o reinado mútuo dos filhos. Cleópatra acaba conhecendo esse homem (divorciado), e eles se apaixonam. Por amor a ela, ele luta contra Ptolomeu, que é morto em batalha, afogado no rio Nilo. Dessa forma, ele restabelece o reinado de Cleópatra no Egito. Mas a guerra ainda não havia terminado. Partidários de Pompeu juntaram forças na Espanha e norte da África para lutar contra ele, munidos de 10 legiões de soldados e mais uma veloz cavalaria, além de 120 elefantes de guerra. Na véspera da batalha, ele foi atacado por outro velho inimigo: a epilepsia. Ele então juntando suas forças, deu um discurso às suas tropas, que estavam desanimadas, motivando a todos. Depois disso caiu em estado de inconsciência. Quando acordou, todos seus inimigos haviam sido derrotados. Então retornou triunfante para sua terra, acompanhando de seu exército, Cleópatra e do filho de ambos, Cesarion. Roma então em festa recebia seu grande líder, o pavimento estremecia com a chegada dos vencedores, os vencidos acorrentados entravam à cidade. O desfile era acolhido ao som de trombetas e aplausos da população eufórica. O senado agora submisso, confera a ele o título de Imperador vitalício, denominação que seus soldados já lhe atribuíam a muito tempo. O nome desse grande líder é Caio Júlio Cesar.

Júlio César, como imperador, desproveu o senado de seu caráter aristocrático e nomeou mais de 300 membros, a maioria entre pessoas das classes comerciais e profissionais liberais, até então menosprezados. Concedeu cidadania romana a filhos de escravos libertos e deu ainda liberdade de culto aos judeus. Fundou colônias para veteranos de guerra e desempregados. Fez várias obras públicas, gerando milhares de empregos. Restabeleceu a estabilidade da moeda. A comemoração do ano novo foi originada por seu decreto em 46 a.C. Sua influência foi tanta que, quando ele reformou o calendário, os astrônomos egípcios que o ajudaram criaram o mês de julho em sua homenagem. Enquanto as honras à César cresciam, também o número de inimigos aumentava. Por volta de março de 44 a.C., conspiradores atentaram contra sua vida na presença do senado. Um “amigo” chamado Casca aproximou-se e pelas costas deu a primeira apunhalada sobre a clavícula. O restante dos conspiradores cercaram-no dando-lhe 23 golpes. Embora com a vista turba pelo sangue que escorria pelo rosto, César pode identificar Bruto (possivelmente seu filho) empunhando uma espada que lhe cravou nas entranhas. Suas últimas palavras foram: “Até tu, Brutus?” César morreu aos pés da estátua em honra ao velho inimigo Pompeu.

Dos fatos acima podemos tirar as seguintes lições:

1 – César foi de jovem interesseiro a imperador graças a sua grande influência. O dinheiro pode comprar uma grande força armada combinada com ótimos recursos, mas nunca a união de um grupo com seu líder. Enquanto general, ele compartilhava de suas privações e dificuldades com seus soldados, e estes o adoravam. Isso mostra que a verdadeira liderança é construída sobre o fundamento da confiança. Da mesma forma, se você deseja obter a lealdade das pessoas, precisa aprender a influencia-las e inspirá-las.
2 – Ele jamais teria obtido vitória sobre seus inimigos se não fosse a sua determinação. Como diria David Ambros: "Se você tem vontade de vencer, já alcançou a metade do sucesso; se não tem, já alcançou metade do fracasso”.
3 – O grande erro de Júlio César foi o fato de não ouvir seus adversários. Enquanto governava sentado em seu trono de ouro, os senadores eram obrigados a aprovar projetos de lei que não haviam lido. Por isso, sempre que você apresentar uma nova idéia, saiba que ela naturalmente encontrará obstáculos para ser aceita. Para reverter isso, peça opinião das pessoas. Discuta amigavelmente com elas. Dessa forma os teus opositores podem tornar-se teus seguidores.
4 - Décadas depois de morte de César, Jesus disse: “Dai a César o que é de César...”,  referindo-se ao próprio Júlio César, ensinando também que é correto sermos fieis a Deus e cumprirmos com nossas obrigações junto as autoridades.

“Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mateus 22:21)

📖 Livro A Harpa de 1000 Cordas