segunda-feira, 29 de junho de 2015

AGUENTE A DOR

Ele nasceu em Copacabana, no Rio de Janeiro, numa família de classe média alta que lhe deu mais do que dinheiro, lhe deu amor, exemplo de vida, e intensa atividade física nas horas vagas. Fez judô e se tornou vice-campeão infanto juvenil. Mais tarde ele descobriu na praia o esporte que mudaria sua vida: o vôlei. Um vizinho os convidou para jogar em seu clube. Mas nos treinos brigava muito, era resmungão, exigente e dava palpite no jogo dos outros. Por isso, diversas vezes foi expulso de quadra e mandado para o chuveiro esfriar a cabeça. Mas jogava muito bem e chegou a conquistar vários títulos em sua categoria. Apesar dos treinos, ele nunca abandonou os estudos, cursou economia na faculdade e inglês. Aos 18 foi convocado pela primeira vez para disputar um mundial juvenil. Já adulto, participou dos Jogos Olímpicos de Moscou, onde sua equipe ficou em 5° lugar. Mais tarde, ganha o bronze na Copa do Mundo do Japão e o ouro dos Jogos Pan-Americanos em Caracas. Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a equipe brasileira perde para EUA na final e ali ele faz sua última atuação como jogador. Seguiu-se um ano em que ele não sabia que rumo tomar, então, em sociedade com amigos, montou um restaurante no Centro do Rio. Estava pensando em deixar o vôlei quando alguém lhe liga da Itália oferecendo uma vaga para treinar um time feminino: o Perugia. Ele aceita. Ao chegar lá ele descobre que aquele time havia sido o pior no ultimo campeonato Italiano, com 11 derrotas em 12 jogos. A imprensa local notificou: ”Jovem treinador de coragem chega para salvar o insalvável”. Mesmo sem experiência como treinador e sem saber falar italiano, tendo que lidar com situações complexas do universo feminino, como TPM e outras peculiaridades, ao final de 3 anos, o time havia crescido e conquistara por duas vezes o vice-campeonato italiano, sendo campeão da Copa da Itália e vice da Copa Européia. Depois ele foi dirigir uma equipe masculina: o Moderna. Aos 34 anos, foi convidado para dirigir a seleção feminina de vôlei brasileiro. Assim teve a oportunidade de voltar a sua terra natal e mostrar todo seu potencial como líder esportivo. Seu nome é Bernardo Rocha de Rezende, conhecido como Bernardinho, o maior técnico da história do voleibol, acumulando mais 30 títulos importantes dirigindo as seleções brasileiras feminina e masculina. Como treinador conquistou incríveis 5 medalhas olímpicas consecutivas.

A história de Bernardino nos tráz as seguintes lições:

1 - Haverá momentos na vida em que você se sentirá perdido e sem rumo, como Bernadinho quando deixou a carreira de jogador. Nessas horas, não tenha medo de experimentar algo novo, como ele o fez quando foi convidado a se tornar técnico.

2 - No esporte, como na vida profissional, o sucesso está diretamente ligado ao tempo que se dedica ao preparo. Como Bernadinho disse: "quem não se qualificar para o que pretende ser, quem não conhecer a fundo o que faz, tem tudo para colher mais adiante o revés e a decepção".

3 - Bernadinho desde cedo era exigente consigo mesmo e com outros. Seus jogadores eram levados a exaustão durante os treinos. Assim, sempre que você luta, treina, se esforça e persiste,  você irá sentir dor. Mas não desanime. Como diria Arnold Schwarzenegger: "A dor é a fraqueza saindo do corpo."

"Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome." (1 Pedro 4:15-16)

📖 Livro A Harpa de 1000 Cordas