sexta-feira, 10 de abril de 2015

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL

A Bíblia diz que não devemos julgar para não sermos julgados. Mas o que fazer quando alguém nos julgar?

Em 1846, o médico Ignaz Semmelweis trabalhou num hospital de Viena. Lá uma a cada 6 mães morriam depois do parto. Ele notou que isso acontecia mais entre as que haviam dado à luz com a ajuda de um médico, em vez de uma parteira. Ao analisar o problema, concluiu que o contato direto do médico provocava uma moléstia chamada de febre puerperal. Para resolver isso, bastava que eles lavassem as mãos antes e depois do contato com o paciente, prática que ninguém seguia na época. Depois disso, a taxa de mortalidade caiu pela metade. Mas o chefe do departamento, Johann Klein, não aceitava isso. Ele discutia com Semmelweis o tempo todo, pois ideia de que os médicos matavam as pacientes era inadmissível. Os amigos de Semmelves diziam pra ele fazer experimentos e, então, publicar suas descobertas. Porém, seu ódio não o permitia tirar Klein da cabeça. Klein acabou expulsando-o do hospital. Depois, ainda sob pressão dos colegas, Semmelweis escreveu um livro. Mas o que era pra ser sido algo simples, tinha 600 páginas. Era complicado e muito difícil de se ler, além de chamar os médicos opositores de assassinos. Assim, ele se tornou cada vez insuportável. Foi demitido do hospital, ficou pobre e solitario. Adoeceu e morreu aos 47 anos.
 
Como estudante de medicina, William Harvey aprendeu em 1602 na universidade que o sangue fuía do fígado e do coração e ía para as várias partes do corpo, mas não retornava, como se fosse consumido. A grande dúvida era como o organismo podia produzir e consumir tanto líquido? Anos depois, lançou uma teoria: o coração atua como uma bomba, fazendo apenas o sangue circular no corpo. O problema é que Harvey não tinha como provar isso, e, se publicasse essa idéia, criaria muitos inimigos. Então fez mais experimentos envolvendo colegas médicos e, aos poucos, os convencia. Como médico da corte, expunha previamente suas descobertas ao rei. Um dia, soube que um jovem no campo havia fraturado as costelas, deixando uma abertura onde se podia observar o coração. Ele levou o jovem para a corte e mostrou ao rei como o coração funcionava. Em 1628, publicou um livro com suas descobertas. O livro provocou polêmica. Vieram vários ataques de médicos por meio de cartas pessoais. Mas Harvey, com muita educação, refutava tudo por meio de argumentos convincentes. Assim, a nova teoria lentamente ganhou a aceitação de todos. Seu amigo Thomas Hobbes disse: “Harvey foi o único homem que conheço que, despertando a inveja, estabeleceu uma nova doutrina durante a vida.”
 
Numa crítica, as pessoas vão tentar tirar de você as reações emocionais mais perversas. Nosso maior erro na vida é querer vencer a todo custo essas discussões mesquinhas. A história de Semmelweis e Harvey tiveram começos parecidos, mas finais completamente distintos. A diferença está na sabedoria em lidar com as pessoas. Não adianta ter um ótimo currículum se você perde a cabeça. Concentrado-se no trabalho e cultivando bons relacionamentos, você derradeiramente estará mais protegido contras as conspirações e hostilidades – e sua vitória será certa!
 
"A sabedoria é melhor do que as armas de guerra.” (Eclesiastes 9:18)

📖 Livro A Harpa de 1000 Cordas

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