quarta-feira, 24 de junho de 2015

CRESÇA COM SEUS ADVERSÁRIOS

Recentemente os jornais noticiaram o aparecimento do peixe-leão nas costas do Rio de Janeiro. O fato se tornou preocupante, pois o peixe não tem predador natural na costa brasileira e come qualquer coisa que passe por sua garganta. Uma só fêmea pode botar 2 milhões de ovos por ano, por isso ele é considerado uma das maiores ameaças à vida no oceano atlântico. Nos anos 80, no Sul dos Estados Unidos, ele havia aparecido assim, sozinho. E depois multiplicou-se e fez um estrago por todo o mar do Caribe. Em 2009 chegou a península de Yucatan, no México e rapidamente houve queda na produção de outros peixes como garoupas e pargos, pois haviam se tornado alimento do peixe-leão.

O homem é o maior culpado por esse tipo de problema, que transporta animais de um lugar para o outro sem pensar nas consequências. O resultado disso é um crescimento anormal dos invasores. Há, por exemplo, o caso da Abelha-africana. Nos anos 50, o Ministério da Agricultura brasileiro importou algumas delas para estudar sua produtividade e compará-las com outras espécies, mas ocorreu um acidente e 26 colmeias foram soltas no meio ambiente. Foi o bastante para a espécie se espalhar por todo o continente. O resultado foi que abelhas nativas sofreram com a invasão, além de pássaros que foram expulsos de seu habitat natural. Uma picada dessa abelha pode ser fatal para pessoas e animais domésticos, dependendo do número de ferroadas. Outro exemplo de invasor é o Caramujo-gigante-africano, que foi trazido ao Brasil nos anos 80. Quando perceberam que ele não servia para ser consumido, além de se ser um vetor de doenças para o sistema gástrico e nervoso, ele foi solto no ambiente. Como ele se reproduz colocando até 2000 ovos por ano, ele se tornou uma ameaça para o ecossistema. A Bíblia relata 10 pragas que atingiram o Egito, dentre elas, rãs, piolhos, moscas e gafanhotos, que foram lançadas como forma de mostrar o poder de Deus sobre a natureza.

O ser humano não possui um predador natural, somente adversários ou concorrentes em alguma coisa. De forma geral, sempre haverão pessoas melhores que você, disputando posições, empregos, salários, marcado, influência, etc. Mas isso é perfeitamente natural e importante para impulsionar seu desenvolvimento. Isso acorre muito entre grandes organizações que buscam melhorar seus produtos e serviços em função da concorrência e foi o que aconteceu na história de Galvão Bueno e Luciano do Valle que, durante 37 anos, disputaram a audiência da TV esportiva no Brasil. Por ocasião da morte de Luciano, em 2014, Galvão Bueno disse: “Foi uma disputa muito dura, mas muito leal... Tive que me esforçar muito, melhorar a cada dia, me tornar um profissional mais conhecedor dos esportes que Luciano...”. Da mesma forma, você frequentemente disputará alguma coisa com pessoas melhores que você. Não preocupe-se em afrontá-las ou derrotá-las. Como Galvão Bueno fez, espelhe-se nelas para humildemente buscar o seu próprio aperfeiçoamento.

Na natureza, todo ser vivo possui um inimigo natural. Sem inimigos, uma espécie se torna uma praga. Sem adversários ou concorrentes, nos tornamos preponentes, arrogantes ou medíocres – uma verdadeira praga para nós mesmos e para aqueles que convivem conosco!

“Sem mais, irmãos, despeço-me de vocês! Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz. E o Deus de amor e paz estará com vocês.” (2 Corintios  13:11)

Livro a Harpa de 1000 Cordas

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